A jornalista Larissa Helena, coautora do documentário Atingidas, sobre as vítimas de violência em função do rompimento da barragem em Mariana – MG, em 2015, critica a forma com que a mídia tradicional trata os atingidos de Brumadinho. Ela classifica muitos dos jornalistas como “urubus”. “Eles erram de novo ao tratar as vítimas como celebridades de uma desgraça, expondo coisas desnecessárias”, diz ela. “Os moradores de Mariana contam que os atingidos de Brumadinho enfrentarão dificuldades e fazem comparações, como descaso com os familiares de desaparecidos, o fato de a Vale cercar a área e a desinformação”, acrescenta a jornalista.

O curta Atingidas retrata casos de violência contra mulheres registrados em Mariana à época o rompimento da barragem da Samarco. Produzido também por Daniela Felix e Miriã Bonifácio, o documentário conta a história de três mulheres: Maria Aparecida Lanna, Maria do Carmo e Marlene Reis. “A Maria Aparecida conta que, após o rompimento, os funcionários que foram reparar a cidade começaram a desrespeitar as mulheres e fizeram delas reféns de um constrangimento diário”, conta, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual.

O material foi produzido em 2017, enquanto elas eram estudantes de jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). O documentário foi um dos vencedores do 9º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, do Instituto Vladimir Herzog.

Já Maria do Carmo não conseguiu se adaptar à realidade de morar em uma nova cidade, com seis filhos, sendo cinco mulheres. Nessa região, o contato com o assédio é muito maior. E a Marlene Reis conta que está na luta pelos direitos de sua mãe, que também é atingida. “Ela sofreu agressões físicas por discordar de decisões familiares”, relata a jornalista.

As informações são da Rede Brasil Atual.

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