Deu a entender que o governo estava criando uma liderança que ficasse sempre a favor e seja realmente marionete do governo [Bolsonaro (PSL)]”. Assim, Wanderlei Alves, 45 anos, conhecido como “Dedeco”, uma das lideranças dos caminhoneiros forjadas no Whatsapp, fala sobre Wallace Landim, o “Chorão”, outro que costuma falar à imprensa em nome da categoria.

As duas lideranças ascenderam no movimento após a greve que paralisou o país em maio de 2018, quando milhares de caminhoneiros cruzaram os braços e impediram o tráfego de pessoas e mercadorias nas rodovias brasileiras. Já naquela época, a categoria mantinha os sindicatos distantes das decisões do setor e se organizava a partir do Whatsapp. A metodologia, de aparente sucesso no ano passado, tem aprofundado os tachas no movimento, que se fragmenta a cada semana. Chorão afirma participar de “pelo menos” 850 grupos de conversa no aplicativo. Dedeco diz não ser capaz de calcular.

Na busca por protagonismo, os dois representantes da categoria ocuparam espaços antagônicos na disputa por visibilidade dentro do movimento. Dedeco, com um discurso mais inconformado e inflamável, tem sido pouco recebido por representantes do governo, mas é exaltado por milhares de caminhoneiros. O condutor demonstra influência considerável sobre o movimento nas regiões Sul e Sudeste do país.

Por outro lado, Chorão, mais articulado junto aos meios de comunicação e ao governo federal, tem perdido espaço com a base da categoria, mas é visto em reuniões e nas redes sociais com ministros como Onyx Lorenzoni (DEM), da Casa Civil, Tereza Cristina (DEM), da Agricultura, e Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura. No Centro-Oeste, onde predomina o agronegócio, e Norte, são as regiões onde tem mais prestígio.

Ambos foram candidatos na última eleição, em outubro de 2018, surfando na popularidade conquistada durante a paralisação de um ano atrás. Dedeco, apadrinhado pelo senador Álvaro Dias (Podemos) se lançou, também pelo Podemos, para deputado federal pelo Paraná. Chorão, que tem a carreira política bancada por Ronaldo Caiado (DEM), governador goiano, disputou o mesmo cargo por Goiás. Nenhum deles se elegeu.

A íntegra das informações está disponível no site Brasil de Fato.

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