Mais de 50 entidades lançaram, no início da noite desta terça-feira (18), no auditório do CPERS Sindicato, em Porto Alegre, o Comitê de Combate à Megamineração no Rio Grande do Sul. A criação do comitê é uma iniciativa de entidades ambientalistas, sindicatos, associações de moradores, movimentos populares, núcleos de pesquisas de universidades, cidadãos e cidadãs preocupados com os impactos sociais e ambientais de um bloco de grandes projetos de mineração que pretendem se instalar no Estado nos próximos anos. O auditório do CPERS ficou lotado para o lançamento do comitê que contou com a presença de representantes de comunidades atingidas por alguns dos principais projetos de mineração que estão em processo de licenciamento ambiental.
A articulação de entidades indicou a abertura de uma nova etapa na mobilização social em relação aos grandes projetos extrativistas que viram no Rio Grande do Sul uma nova fronteira de expansão. “Ao longo de sua história, o CPERS, além da defesa de uma educação pública de qualidade, sempre lutou em questões ligadas à vida e sempre teve lado, que é o lado dos atingidos por projetos do grande capital”, disse Vera Lesses, representante do sindicato, na abertura no encontro. Na mesma linha, Paulo Belotto, vice-presidente da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (APCEF/RS), manifestou o apoio da entidade à mobilização e questionou “como pode um governo negociar a saúde e a vida da população”. “As gerações futuras pagarão com sua saúde e suas vidas o custo desses projetos. Não vamos permitir que isso aconteça”, disse Belotto.
Vice-presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Heverton Lacerda chamou a atenção para a pluralidade das entidades representadas na plenária de lançamento do comitê. “É muito importante ver esse auditório lotado por pessoas e entidades tão qualificadas e representativas, o que mostra que temos força para vencer esses projetos de megamineração”, disse o diretor da Agapan. Lacerda defendeu o uso da palavra “combate” na escolha do nome do comitê lançado nesta segunda-feira. “Houve um debate sobre se seria melhor usar combate ou resistência. Na luta ambiental, já estamos resistindo há décadas, agora chegou a hora de combater”, defendeu.
Eduardo Quadros, engenheiro ambiental e integrante da Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA), de Guaíba, também destacou o caráter unificado do comitê e apontou um desafio colocado para a comunidade acadêmica e científica do Estado. “Temos que nos debruçar sobre os estudos de impacto ambiental, fazer uma análise técnica dos mesmos e apresentar contra-laudos, apontando as lacunas e erros dos mesmos. A hora de resistir é agora, depois, se esses projetos forem aprovados, resta pouca coisa a fazer”, afirmou.
A íntegra das informações está disponível no site Sul21.
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