A chegada de um pacote de grandes projetos de mineração que pretendem se instalar no Rio Grande do Sul vem mobilizando não só as comunidades atingidas pelos mesmos, movimentos sociais e entidades ambientalistas, mas também a comunidade acadêmica no Estado. Além dos tradicionais temas associados aos impactos socioambientais desses projetos, outros temas, que mobilizam diferentes áreas do conhecimento vêm sendo objeto de debates. Alguns deles: como a mineração pode impactar a segurança alimentar e nutricional de uma comunidade? Em que medida a desterritorialização de uma população afeta o seu modo de vida e bem estar? Quais os limites territoriais, sociais e ambientais dos impactos de megaprojetos de mineração?

O Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) organizou um encontro na manhã desta terça-feira (30), no auditório da Faculdade de Economia, para debater esses impactos à luz de um relato sobre comunidades afetadas pela mineração em Moçambique. Com o tema “Mineração e segurança alimentar nutricional: impactos e perspectivas em Moçambique e em Eldorado do Sul”, o debate mediado pela professora Fabiana Thomé da Cruz, reuniu a professora Jaqueline Sgarbi dos Santos, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afrobrasileira (Unilab), o pesquisador Iporã Possantti, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), da UFRGS, e Michele Martins, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM).

Professora da disciplina “Agricultura e Sociedade”, no Instituto de Desenvolvimento Rural, no Ceará, Jaqueline Sgarbi dos Santos apresentou um relato sobre a viagem que fez a Moçambique, em novembro de 2018, onde visitou duas comunidades atingidas por um grande projeto de mineração de carvão capitaneado pela International Coal Ventures Limited (ICVL), um pool de empresas de mineração que foi autorizado pelo governo moçambicano a atuar no país. O estudo de impacto social e ambiental, aprovado pelo governo de Moçambique em 2009, relatou, identificou a necessidade de criação de uma área de exclusão mineira para a operação da mina, que implicou o reassentamento de 700 famílias residentes na aldeia de Capanga.

A íntegra das informações está disponível no site Sul21.

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