De acordo com nota técnica elaborada pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), o aumento no número de queimadas na região amazônica tem relação com a ação humana e a prática de “limpar” áreas recém-desmatadas e outros tipos de terreno. O estudo indica que o desmatamento é o provável fator responsável por este cenário, e não a estiagem, como defendeu o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em seu perfil no Twitter. “Tempo seco, vento e calor fizeram com que os incêndios aumentassem muito em todo o País”, disse na rede social.

O Ipam lembra que, apesar da seca, há mais umidade na Amazônia hoje do que havia nos últimos três anos, o que não justificaria o aumento no número de focos de calor. “A ocorrência de incêndios em maior número, neste ano de estiagem mais suave, indica que o desmatamento possa ser um fator de impulsionamento às chamas, hipótese testada aqui com resultado positivo: a relação entre os focos de incêndios e o desmatamento registrado do início do ano até o mês de julho mostra-se especialmente forte. Os dez municípios amazônicos que mais registraram focos de incêndios foram também os que tiveram maiores taxas de desmatamento. Este municípios são responsáveis por 37% dos focos de calor em 2019 e por 43% do desmatamento registrado até o mês de julho”, aponta a nota.

As queimadas são usadas para “limpar o terreno” depois da derrubada das árvores, em geral para que a terra seja utilizada por atividades econômicas como cultivo agrícola ou pastagem para gado. “Com a queda do desmatamento entre 2005 e 2012, os incêndios florestais arrefeceram. A retomada do desmate nos últimos anos, contudo, trouxe as chamas de volta e esfumaçou o cotidiano da população no campo e nas cidades. A relação entre desmatamento e fogo mostra-se particularmente forte neste ano de 2019. Pessoas nas cidades da Amazônia, e mesmo fora dela, passaram a respirar um ar mais poluído do que o encontrado em conglomerados urbanos como São Paulo. Os prejuízos para a saúde podem ser potencialmente catastróficos”, afirma o documento.

A íntegra das informações está disponível no site Rede Brasil Atual.

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