A liberação de transgênicos no Brasil disparou no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (PSL). Até setembro, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) havia dado sinal verde para 22 novas plantas geneticamente modificadas, conforme dados do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), organização não-governamental de caráter técnico-científico que se dedica a difundir questões relacionadas à biotecnologia.

À primeira vista o número pode parecer pequeno, mas a comparação com períodos anteriores mostra o contrário. Nos últimos três anos, período entre o golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff (PT) e imprimiu velocidade ao atendimento da agenda ruralista, e a eleição de 2018, foram liberadas 32 novas plantas. A média anual – 10,6 – corresponde a menos da metade do que se liberou de janeiro a setembro. Já no período anterior, de 1998 a 2015, foram autorizados ao todo 53 novas plantas.

Ainda segundo o informe do conselho, nos primeiros nove meses do ano foram liberados também sete micro-organismos transgênicos. Entre eles, leveduras usadas para obtenção de diesel a partir da cana-de-açúcar, por exemplo. De 1998 para cá, foram aprovados no Brasil 176 eventos geneticamente modificados (GM). Desse total, a maioria (60,8%) são plantas. As vacinas correspondem a 21,6% das liberações, os micro-organismos a 16,4%, e medicamentos e insetos, cada um, a 0,6%.

“Aumenta-se o uso de transgênicos, que predomina em praticamente todo o campo, contaminando tudo, o uso de venenos, mas não aumenta a produtividade. É possível fazer controle de pragas com sistemas biológicos, mas não interessa porque não dão lucro como os OGMs, um negócio lucrativo que gera escravidão”, afirma Frei Sérgio Görgen, liderança do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e organizador do livro Riscos dos Transgênicos (Editora Vozes).

Não é à toa que o mercado de transgênicos tem tudo a ver com o de agrotóxicos e vice-versa. E falar de um ou de outro é falar de danos à saúde e ao meio ambiente. Primeiro porque há inúmeros riscos inerentes ao processo de manipulação genética, que são desprezados. E segundo por causa do que já se sabe sobre os males causados pelos agrotóxicos.

A íntegra das informações está disponível no site da CUT.

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