A Polícia Federal informou que está investigando os ataques racistas que ocorreram durante aulas virtuais realizadas em universidades e institutos federais no Rio Grande do Sul. A confirmação foi dada durante audiência pública sobre estes casos na manhã desta quarta-feira (5), na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.

A reunião ocorreu por iniciativa da deputada estadual Luciana Genro (PSOL) e contou com a presença da deputada Sofia Cavedon (PT), dos delegados da PF, Alessandro Maciel Lopes e Maria Lucia, do procurador do Ministério Público Federal (MPF), Enrico Rodrigues de Freitas, da professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Fernanda Bairros, da técnica em educação do Instituto Federal na Restinga, Cristina Santos e dos militantes Franciele Rodrigues e Patrick Veiga.

Já foram instaurados quatro expedientes de investigação na Polícia Federal, apurando crimes de racismo e homofobia ocorridos durante aulas virtuais em Santa Maria, Santo Ângelo e Porto Alegre. O delegado Alessandro Maciel Lopes, responsável pelos casos, disse trabalhar com possibilidade de ataques organizados entre si. “Há uma possibilidade bem grande de que isso tenha sido feito de forma premeditada e orquestrada por um mesmo grupo, ainda que com pessoas diferentes”, afirmou.

O procurador Enrico Rodrigues de Freitas avaliou que estes atos não são pontuais, nem isolados. Para ele, trata-se de “ataques absolutamente coordenados, que se configurariam até mesmo formação de quadrilha”. Titular da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, ele ressaltou que está em contato com as instituições vítimas destes crimes para que se possa construir mecanismos de prevenção e identificação dos agressores.

A deputada Luciana Genro solicitou que a Comissão de Direitos Humanos e as autoridades federais sigam em contato a respeito dos desdobramentos das investigações. “Este tipo de comportamento é inaceitável, não é brincadeira nem livre expressão de pensamento, mas sim um crime que vai ser investigado e terá consequências para quem o pratica. Os delitos na esfera virtual muitas vezes acabam se transformando também em crimes físicos, com consequências muito graves para as vítimas”, afirmou a parlamentar.

A íntegra das informações está disponível no site Sul21.

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