Com uma previsão de corte de 96% no orçamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o governo Bolsonaro está prestes a causar um apagão de dados no país. O corte no orçamento causou a suspensão das provas para a contratação de 204 mil trabalhadores para a realização do Censo do IBGE, a mais importante pesquisa realizada no país.

A pesquisa do Censo é realizada, tradicionalmente, de dez em dez anos, e serve de base para o planejamento e a aplicação das políticas públicas e investimentos, tanto do governo quanto da iniciativa privada. Quantas famílias passam fome no Brasil? Quem precisa de assistência médica e onde faltam mais escolas? O Censo teria as respostas e dariam aos pesquisadores, os melhores caminhos para traçar planos eficientes.

Diante da pandemia, quando mais de 300 mil pessoas já morreram, surgem ainda mais perguntas que vão precisar de respostas e planos emergenciais, é o que alerta em entrevista ao programa Bem Viver a arquiteta e urbanista Danielle Klintowitz, que coordenadora o Instituto Pólis: “A gente tem que entender quem são essas pessoas. Quem são as pessoas que estão passando fome? Quem são as pessoas que foram mais atingidas pela pandemia? Onde elas moram? Em que condições elas moram? Qual é a raça que elas têm? E assim, entender por que foram elas, quais são os serviços que estavam disponíveis para elas, qual o nível de escolaridade… e só então, a gente vai entender qual é o foco das políticas públicas que a gente precisa fazer”.

Para Danielle, mais do que perder o Censo, o corte no orçamento significa ainda o cancelamento do próprio órgão, o IBGE. É um recado claro de que o governo não dá importância para a pesquisa.

A íntegra das informações está disponível no site Brasil de Fato.

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