Por trás da porta gradeada que leva ao pátio dos fundos, Tatty Cardoso observa o mato alto na antiga Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Alberto Bins, na vila Cruzeiro do Sul. O olhar distante parece rever os dias em que ela era menina e, como aluna, corria ali mesmo naquele terreno, agora com ares de abandono. A vista percorre o prédio dos fundos, desocupado desde quando a escola foi fechada pelo governo estadual, em 2018. Observado daquele ponto, o cenário de um colégio abandonado é um tanto desolador.

Junto com suas companheiras, entretanto, Tatty tem planos audaciosos para o local onde estudou todo o ensino fundamental, da 1ª à 8ª série. O mato ainda alto não deve durar muito mais tempo. Ao menos esse é o desejo. No desocupado prédio de tijolo à vista, por fora em bom estado de conservação, mas por dentro de doer n’alma, ela visualiza a construção de uma cozinha comunitária que servirá para aplacar a fome de quem mais precisa num dos maiores bairros de Porto Alegre.

Sem tirar os olhos do pátio, Tatty recorda o pedido feito pela filha anos atrás, cerca de um mês antes da menina falecer. Não foi uma demanda simples em meio a uma situação familiar dramática. A filha de 9 anos lhe pediu para “comprar uma casa grande para ajudar as pessoas”. Se a dor da perda jamais some no coração de mãe, o insólito pedido parece hoje se tornar realidade. E ali, em plena vila Cruzeiro, na escola que um dia abrigou quase mil alunos, Tatty é hoje vice-presidente do Coletivo Preta Velha, iniciativa que tem transformado em centro comunitário a escola que o governo de José Ivo Sartori (MDB) não quis mais.

A íntegra das informações está disponível no site Sul21.

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