Na última terça-feira (16), representantes da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias – Abraço Brasil, entre eles Julimar Carvalho e Divino Cândido, além de Ronaldo Martins, pela Abraço DF, se reuniram com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, para discutir demandas do setor, sobretudo as alterações do Decreto 2615/1998, que praticamente inviabiliza a atuação de emissoras deste segmento. Contudo, o encontro, fruto de uma intermediação da deputada federal Érika Kokay (PT – DF), foi marcado por frustração, uma vez que durou menos de dez minutos. De acordo com os participantes, o ministro menosprezou a relevância das rádios comunitárias e não apresentou avanços em relação às reivindicações.
Segundo os representantes, tanto o ministro quanto o secretário de Comunicação do Ministério, Wilson Welisch, criam obstáculos para corrigir o que consideram um erro histórico e inconstitucional. “Eles, na verdade, temem enfrentar o poderoso setor de rádios comerciais. Não querem se comprometer. Preferem pagar a conta desta onda de fake news que persegue o atual governo, particularmente na área da economia. Infelizmente, o governo federal apoia essa mídia nefasta e segue de costas para nós, os veículos alternativos, populares e comunitários, muito mais compromissados com valores democráticos”, criticou o presidente da Abraço Brasil, Geremias dos Santos.
Santos pontua ainda que o presidente Lula precisa se inteirar da situação. Ele relembra que, no dia 29 de junho de 2023, quando da instalação da Frente Parlamentar Mista em Apoio às Rádios Comunitárias, Welisch prometeu que o Decreto seria revisto. “As rádios comunitárias continuam sendo maltratadas, mesmo sob um governo de esquerda, que deveria garantir nossos direitos”, reiterou.
A Abraço Brasil está organizando para os dias 18, 19 e 20 de março de 2025, em Brasília, uma plenária nacional, cujo objetivo é justamente pressionar o governo sobre as demandas antigas do segmento. “Não vamos mais esperar 20, 30 anos para que tenhamos nossas reivindicações atendidas. Faremos uma grande mobilização e o presidente, bem como o ministro, terão que nos ouvir”, adiantou Santos.
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