Na sexta-feira (16), a equipe da empresa Wide Labs, formada por egressos e acadêmicos da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), embarcou rumo à França, onde disputa nesta semana o Leão de Cannes, o maior festival de criatividade do mundo. A empresa é responsável pela plataforma de inteligência artificial (IA) bAIgrapher, que ajuda pacientes com a Doença de Alzheimer a fazer terapia de reminiscência a partir de relatos de conhecidos sobre a vida do paciente. “O que a terapia de reminiscência faz é ajudar o paciente ‘lembrar’ de eventos passados e reviver esse passado de modo a aumentar o onset da evolução da doença, enquanto melhora a qualidade de e vida do paciente”, explica Marcelo Chapper, que se formou em Medicina na UCSPA.

Ao lado dos acadêmicos de Informática Biomédica Luiza Pinheiro e Fabricio Sotto, Chapper é o criador da bAIgrapher, que está entre os 18 trabalhos finalistas do Leão de Cannes na categoria Innovation Lions, que prestigia projetos de inovação, tecnologia e solução de problemas. O festival ocorre entre os dias 19 e 23 de junho, na cidade de Cannes, no sul da França.

Cerca de 56 milhões de pessoas vivem com a Doença de Alzheimer no mundo, das quais 1,2 milhões no Brasil. A doença é caracterizada pela perda progressiva da memória e das capacidades cognitivas, o que gradualmente vai afetando as atividades cotidianas de seus portadores.

Chapper explica que a bAIgrapher utiliza depoimentos fornecidos por pessoas indicadas pelo paciente, sob supervisão médica, em formato de texto, áudio e imagens. Os materiais são então interpretados, organizados e reescritos para construir uma autobiografia literariamente uniforme e cronologicamente ordenada. “As imagens são inseridas no momento apropriado da linha do tempo da vida do paciente, enriquecendo ainda mais a narrativa”, detalha Chapper. “O bAIgrapher não é apenas uma plataforma tecnológica, mas uma ferramenta que visa enfrentar os desafios impostos pela Doença de Alzheimer. Por meio da terapia de reminiscência, buscamos ajudar os pacientes a ‘lembrar’ de eventos passados e reviver essas experiências, o que contribui para retardar a progressão da doença e melhorar sua qualidade de vida”, complementa.

O médico conta que começou a trabalhar com inteligência artificial e que a empresa foi criada em 2020 já voltada para aplicar a IA no monitoramento de pacientes. Um primeiro produto criado foi uma ferramenta chamada Radar, que utiliza algoritmos de aprendizado de máquina e deep learning [aprendizagem profunda] para calcular riscos e prevenir doenças.

A íntegra das informações está disponível no site Sul21.

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