O procurador Deltan Dallagnol, chefe da Operação Lava Jato, mudou seus contratos de palestras em 2017, para deixar de lado a filantropia e destinar o dinheiro para fins próprios. A alteração foi feita depois dele justificar à Corregedoria do Ministério Público que a verba arrecadada tinha por objetivo ações filantrópicas. As revelações foram feitas hoje (23) pelo jornal Folha de S. Paulo, depois de analisar as conversas obtidas pelo The Intercept Brasil. E mostram que o procurador ganhou, ao menos, R$ 580 mil, desde então, sem explicar no que foi aplicado o montante, nem quais empresas foram as contrantes.

As mensagens revelam planilhas, recibos e contratos de Dallagnol com empresas pelas palestras. Enquanto os contratos de 2016 davam clara destinação do dinheiro ganho para a filantropia – no caso, doação ao Hospital Erasto Gaertner –, os de 2017 previam uma possível destinação a um fundo de combate à corrupção, de iniciativa do próprio procurador. Já os contratos de 2018 não tinham qualquer definição de uso da verba para além do benefício pessoal do procurador, algo que é vetado por lei.

O procurador usou a eventual destinação de dinheiro a um fundo como explicação à Corregedoria do Ministério Público, para comprovar que não estava utilizando as palestras para enriquecer. No entanto, nenhum fundo com esse objetivo foi constatado até o momento. Também não há comprovação da destinação de verbas para filantropia desde 2017. A corregedoria arquivou a apuração disciplinar.

A íntegra das informações está disponível no site Rede Brasil Atual.

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