Ainda sob os efeitos de uma tragédia ambiental que trouxe para boa parte da costa brasileira manchas de óleo que contaminam a fauna e flora marinhas, o país vive a expectativa de um megaleilão de quatro áreas do pré-sal, marcado para esta quarta-feira (6). Para o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antonio de Moraes, a entrega destas áreas a corporações privadas estrangeiras pode significar um risco para a preservação ambiental.

Ele cita cita os exemplos dos crimes ambientais de Brumadinho, envolvendo a mineradora Vale, e da cidade de Mariana, relacionado à Samarco. “Se o Brasil não consegue controlar uma mineradora vai controlar as petroleiras? Os Estados Unidos, o Estado mais poderoso do mundo, têm sérias dificuldades para controlar as petroleiras internacionais”, pontua, em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, na Rádio Brasil Atual. “Com esse leilão, o Brasil perde a oportunidade de controlar um setor muito arriscado do ponto de vista ambiental”.

Moraes também destaca o episódio envolvendo a companhia estadunidense Chevron ocorrido no Campo do Frade, na Bacia de Campos, em novembro de 2011, que resultou no vazamento de 3.700 barris de óleo. Após investigações, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) chegou à conclusão de que a empresa poderia ter evitado o vazamento caso suas operações tivessem sido conduzidas segundo a regulamentação da ANP e de acordo com seu próprio manual de procedimentos.

“O que causou aquele acidente? A área de Frade pertencia à antiga Texaco, que se fundiu com a Chevron. O que fez a Chevron? Acelerou a produção, querendo lucro mais rápido, e trincou o subsolo do Brasil em uma área do pós-sal. Chegou a provocar um vazamento de extensão de 130 quilômetros em um pequeno campo a uma profundidade rasa, se comparada ao pré-sal. Se uma petroleira internacional fez isso no Campo de Frade imagina o que poderá fazer em uma profundidade maior”, questiona o coordenador da FUP.

A íntegra das informações está disponível no site da Rede Brasil Atual.

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