“Não foi acidente, a Vale mata bicho, mata planta e mata gente”, denunciaram dezenas de militantes em ato ocorrido na noite desta quarta-feira (30), no SindiPetro, em Porto Alegre. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Marcha Mundial das Mulheres, a Amigos da Terra Brasil e a CSP-Conlutas defenderam uma maior unificação das lutas após o desastre de Brumadinho e criticaram a falta de informações fornecidas por parte da empresa responsável pela barragem rompida, a Vale. S.A. Atos semelhantes ocorreram de forma paralela em diversas cidades brasileiras.

Diante da ausência de explicações concretas sobre a situação, o próprio MAB tem organizado rodas de conversa, que devem ocorrer de forma mais intensa até março, para explicar à população os impactos reais da tragédia. “Temos uma equipe lá desde o primeiro momento para acompanhar todo o processo. E a Vale está proibindo que o nosso pessoal junto com as famílias voltem à região onde aconteceu o rompimento e não está querendo dar informações”, relata Fernando Fernandes, da coordenação estadual do MAB.

Ele explica que, atualmente, há 19 municípios com o abastecimento de água comprometido devido ao rejeito que adentrou no rio Paraupebas. Para além disso, até metade de fevereiro esses rejeitos chegarão ao leito do Rio São Francisco, do qual o Paraupebas é um afluente. “Isso vai causar uma grande calamidade nacional. O Nordeste já tem diversos problemas relacionados à água e o leito principal do rio São Francisco abastece mais de 500 municípios. Tem comunidades que moram na beira do rio, pessoas que tiram seu sustento de lá, uma série de atividades que não vão mais poder existir quando não existir mais o rio, e sim um córrego de lama”, explica Fernandes.

Essa “lama”, inclusive, não é água com barro, mas sim rejeito tóxico, destaca Fernandes. “Isso é rejeito, é lixo da mineração, é de alta toxidade. Vemos que houve um crime, a Vale depois que foi privatizada só quis explorar o território, mandar dinheiro para fora e não fazer investimento nas suas estruturas locais. Sobre Mariana a gente já alertava muito antes de romper, ativamos o Ministério Público e a Vale não tomou nenhuma providência. É provável que mais rompimentos ocorram”, lamenta.

A íntegra das informações está disponível no site Sul21.

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