Ao completar os primeiros 100 dias de sua gestão, o governador Eduardo Leite (PSDB) concedeu uma verdadeira maratona de entrevistas a veículos de comunicação. Durante a semana que passou, além de uma entrevista coletiva, recebeu no Palácio Piratini diversos veículos para entrevistas individuais, entre eles o Sul21, que havia tentado sem sucesso nos últimos quatro anos entrevistar o governador José Ivo Sartori (MDB). Na última terça-feira (9), a reportagem foi recebida pelo governador em seu gabinete para uma conversa de meia hora.
Esta conversa abre com um questionamento a respeito do projeto (PEC 272) que prevê retirada da obrigatoriedade do plebiscito para a privatização das estatais Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e Sulgás. A pergunta é sobre a mudança de posicionamento do governador a respeito da realização do plebiscito, que ele teria defendido durante a campanha de 2018. Em conversa recente para outra matéria a respeito dos 100 dias do governo Leite, José Luiz Bortoli de Azambuja, vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (Senge-RS), disse que o agora governador se comprometera, durante visita ao sindicato em meio à campanha, com a realização do plebiscito. O tucano nega que essa tenha sido sua posição e, durante a entrevista, chegou a pegar um celular para mostrar entrevistas concedidas no mesmo período em que defendia a realização do plebiscito apenas para o caso de não conseguir aprovar sua retirada na Assembleia Legislativa.
“O que eu disse é que é um assunto que precisa ser resolvido, encaminhado, dentro dos primeiros seis meses de governo”, afirma. Para o governador, a privatização das estatais é uma questão técnica que envolve “temas muito rebuscados” e deixar temas complexos para análise da população poderia “levar a uma decisão inconsequente”.
Ao longo da conversa, o governador também fala sobre o que diferencia ele de seu antecessor, sobre a possibilidade de conceder a reposição das perdas inflacionárias aos servidores que estão há quatro anos com salários congelados — como é o caso dos professores estaduais, sobre medidas do governo federal de Jair Bolsonaro (PSL) que têm afetado o Rio Grande do Sul, entre outros assuntos.
A íntegra da entrevista está disponível no site Sul21.
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