Se o governo Eduardo Leite der continuidade ao projeto de privatização e de eliminação das empresas que compõem a matriz energética do Estado, estará incorrendo em uma irresponsabilidade fiscal que agravará a crise financeira do Estado e comprometerá o futuro das novas gerações. A afirmação é do ex-presidente da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Gerson Carrion, que elaborou um documento para alertar a Assembleia Legislativa, o Executivo e à sociedade em geral das conseqüências de privatizar a CEEE e as demais empresas do setor energético do Estado (Companhia Riograndense de Mineração e Sulgás). Caso a empresa seja privatizada, diz Carrion, “o Estado assumirá passivos expressivos superiores a 5,5 bilhões, em contrapartida ao recebimento de R$ 2 bilhões com a venda dos ativos elétricos das empresas públicas do grupo CEEE”.
Presidente da companhia no governo Tarso Genro, Gerson Carrion avalia que o projeto de privatização dessas empresas tem uma base puramente ideológica que está na contramão do que vem ocorrendo em países como Alemanha, França, Espanha e Portugal que estão reestatizando serviços públicos privatizados em décadas passadas. Ele também critica a posição do governador Eduardo Leite que pretende extinguir a exigência do plebiscito para a privatização dessas empresas por se tratar, supostamente, de um tema complexo demais para a população decidir: “Esse argumento do ‘tema muito complexo vou colocar na conta de uma expressão descuidada do governador, talvez pela sua juventude. É exatamente o contrário do que ele diz. O povo gaúcho, nas questões mais complexas, sempre fez questão de se posicionar de forma protagonista e de vanguarda em âmbito estadual e nacional, como aconteceu na Revolução Farroupilha e na Campanha da Legalidade, só para citar dois casos”.
O ex-presidente da CEEE também fez uma versão em vídeo do documento intitulado “Razões para manter a CEEE pública” que pretende difundir nas redes sociais para provocar um debate que, na sua opinião, está sendo atropelado de forma açodada e irresponsável.
A íntegra das informações, bem como o vídeo, está disponível no site Sul21.
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