O Atlas da Violência 2019, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quarta-feira (5), aponta que o Brasil atingiu, em 2017, a maior taxa de homicídios de sua história.O Atlas toma como base dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde.

O relatório identifica dois fenômenos no país: enquanto mais estados reduzem a taxa de letalidade violenta, há forte crescimento no Norte e no Nordeste. Em 2017, as taxas de homicídios por 100 mil habitantes foram bastante heterogêneas entre as unidades da Federação, variando entre 10,3 em São Paulo a 62,8 no Rio Grande do Norte. Houve diminuição no Sudeste e no Centro-Oeste, estabilidade no Sul e crescimento acentuado no Norte e no Nordeste.

O estudo aponta que, no Rio Grande do Sul, foram registrados 3.316 homicídios em 2017, alta de 50,8% na comparação com 2007, quando tinham sido registrados 2.199. Em 10 anos, a taxa de homicídios no Estado saltou de 19,8 assassinatos por 100 mil habitantes para 29,3, uma aumento de 47,6%. Na comparação apenas com 2016, quando a taxa era de 28,6 mortes violentas por 100 mil, a elevação foi de 2,5%.

O Atlas indica que ao crescimento da violência letal nas regiões Norte e Nordeste está ligado à guerra por novas rotas do narcotráfico, que saem do Peru e da Bolívia e envolvem três facções criminosas: o Primeiro Comando da Capital (PCC), o Comando Vermelho (CV) e o Bonde dos 13 (B13).

O perfil da vítima de homicídio no Brasil é de homem jovem, solteiro, negro, com até sete anos de estudo e que esteja na rua nos meses mais quentes do ano entre 18h e 22h. O Atlas ainda estimou que a violência gerou um custo econômico de R$ 373 bilhões em 2016, o que incluiu gastos do sistema de saúde, em segurança pública, com o sistema prisional, em segurança privada e seguros e custos intangíveis com homicídios.

A íntegra das informações está disponível no site Sul21.

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