Reportagem de Patrícia Campos Mello na edição desta terça-feira (18) da Folha de S.Paulo, revela que durante a campanha eleitoral de 2018, empresas brasileiras contrataram uma agência de marketing na Espanha para fazer, pelo WhatsApp, disparos em massa de mensagens políticas a favor do então candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL). Em áudios obtidos pela jornalista, o espanhol Luis Novoa, dono da agência Enviawhatsapps, diz que “empresas, açougues, lavadoras de carros e fábricas” brasileiros compraram seu software para mandar mensagens em massa a favor de Bolsonaro.
Em entrevista à Folha, Novoa comprova que recebeu dinheiro para o disparo de fake news, mas não sabia que seu software estava sendo usado para campanhas políticas no Brasil e só tomou conhecimento quando o WhatsApp cortou, sob a alegação de mau uso, as linhas telefônicas de sua empresa. “Eles contratavam o software pelo nosso site, fazíamos a instalação e pronto […] Como eram empresas, achamos normal, temos muitas empresas [que fazem marketing comercial por WhatsApp]”, afirma o espanhol, na gravação. “Mas aí começaram a cortar nossas linhas, fomos olhar e nos demos conta de que todas essas contratações, 80%, 90%, estavam fazendo campanha política”, completa o empresário espanhol.
R$ 12 milhões
A jornalista da Folha é autora da reportagem, publicada em 18 de outubro do ano passado – durante a campanha eleitoral -, que afirma que empresários gastaram até R$ 12 milhões para impulsional fake news pró Bolsonaro no Whatsapp.
A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada.
As informações são do site da revista Fórum.
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