O módulo de Educação da Pesquisa Anual por Amostra de Domicílios Contínua ( Pnad-Contínua), que teve seus dados divulgados nessa quarta-feira (19), mostrou, entre outros pontos, que a educação brasileira continua longe de ser para todos. Coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2018, os dados pintam o retrato de um sistema público que, mesmo perto de universalizar o atendimento no ensino fundamental, ainda não foi capaz de atender às necessidades educacionais de brasileiros de todas as idades.
Direito estabelecido pela Constituição a toda a população, o ensino fundamental ainda não é garantido a todos. Tanto que o analfabetismo ainda persiste. No ano passado, havia 11,3 milhões de pessoas com 15 anos ou mais ainda não alfabetizadas, o que perfaz uma taxa de 6,8%. Quanto mais velha a população, maior o índice de analfabetismo.
A dívida histórica do país com a educação de seu povo é ainda maior com a população negra. Enquanto 3,9% da população branca com 15 anos ou mais é iletrada, o percentual sobe para 9,1% entre os negros. Entre os brasileiros analfabetos com mais de 60 anos, 10,3% são brancos. E 27,5% são negros.
Entre outros dados negativos, 40% das pessoas com mais de 25 anos não chegaram a concluir essa etapa da educação básica; 30,7% dos alunos do ensino médio estavam defasados em relação idade/série ou fora da escola. E outros 46% não trabalhavam, não se qualificavam para o trabalho e muito menos trabalhavam.
Embora tenha aumentado de 46,2% para 47,4% o índice de pessoas com 25 anos ou mais que tenham finalizado o ensino médio, essa variação não foi acompanhada de redução na desigualdade racial. Enquanto os brancos constituem 55,5% desse universo, os negros correspondem a 40,3%.
Parte integrante do ensino básico, a educação infantil ainda é para poucos. Segundo o IBGE, 34,3% das crianças de 0 a 3 anos frequentavam creches. E da faixa etária de 4 a 5 anos, 92,4% frequentavam a pré-escola.
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