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RS vive epidemia generalizada de AIDS e lidera estatísticas de mortalidade pela doença no país

Publicado em: agosto 25, 2019

Veriano Terto Jr.: Estigma e preconceito ainda são grande obstáculo para a prevenção e para a assistência

O Rio Grande do Sul ocupa hoje o segundo lugar no ranking de casos de Aids no Brasil, com 31,8 casos a cada 100 mil habitantes. O Estado também lidera as estatísticas de mortalidade por Aids no Brasil e vem registrando o ressurgimento de casos de transmissão vertical do HIV e o crescimento preocupante do número de casos de sífilis. Os dados foram apresentados no Seminário de Capacitação em HIV – Aprimorando o Debate (III), promovido pela Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA), de 21 a 23 de agosto, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre.

Segundo Carlos Duarte, vice-presidente do Grupo de Apoio à Prevenção da Aids do Rio Grande do Sul (GAPA/RS) e membro do Conselho da ABIA, a epidemia no Rio Grande do Sul é generalizada e estima-se que cerca de 50% das pessoas vivendo com HIV em Porto Alegre não estão acessando os medicamentos antirretrovirais. A precarização das políticas de prevenção e enfrentamento da Aids, que vem ocorrendo nos últimos anos, tende a se agravar em função dos preconceitos que hoje partem da própria figura do presidente da República. Carlos Duarte citou o caso do desmonte do departamento responsável pelas ações de combate ao HIV/Aids e infecções sexualmente transmissíveis no Ministério da Saúde. Em maio, o decreto nº 9.795 modificou a estrutura da pasta, retirando o termo Aids do nome do setor. “Essa retirada do nome da Aids é mais uma etapa de um processo que o governo vem fazendo já há muito tempo que é passar a mensagem de que a Aids está controlada e não é mais um problema no Brasil”, criticou.

Vice-presidente da ABIA, o psicólogo Veriano de Souza Terto Jr. disse que a resposta comunitária e social à Aids no Brasil, neste momento, não conta praticamente com nenhum apoio governamental, nas suas três esferas, nem da filantropia privada. Em entrevista ao Sul21, Veriano Terto Jr. falou sobre a situação das políticas de prevenção e tratamento da Aids no Brasil, alertando que o cenário atual que já não é bom tende a piorar: “Já temos medicamentos, sabemos como prevenir e lidar com a doença, mas ainda temos milhões de pessoas que precisam ser integradas no tratamento no mundo inteiro. Temos uma taxa de mortalidade alta no Brasil, de 12 mil pessoas por ano, e isso também é resultado do estigma que impede as pessoas de acederem ao serviço, de manter um tratamento e de conseguir se prevenir”.

A íntegra da entrevista está disponível no site Sul21.

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