Alberto Fernández é o novo presidente da Argentina. Com 97% das urnas apuradas (até às 2h desta segunda, 28), o candidato pela Frente de Todos e apoiado por Cristina Kirchner, que concorreu como sua vice, recebeu 48% dos votos, contra 40,4% do atual presidente, Maurício Macri. Na Argentina, bastam 45% dos votos para um candidato vencer a eleição ainda em primeiro turno — ou 40% e uma margem superior a 10%.
Por um lado, a eleição de Fernández marca a volta do kirchnerismo e do peronismo ao poder na Argentina, mas, talvez acima disso, marca a derrota do projeto liberal de Macri. Eleito em 2015 com a promessa de arrumar a economia depois dos últimos anos do governo Kirchner, Macri entrega o país com piora em praticamente todos os indicadores. A pobreza aumentou, a inflação aumentou, o PIB caiu, a dívida explodiu. Ainda assim, o presidente tentou jogar no colo de sua antecessora os problemas do país, ainda que os cortes promovidos pelo governo, o aumento das tarifas de energia e a gestão errática da economia tenham contribuído diretamente para a situação.
Já Fernández herdou, em maio, a cabeça da chapa quando Cristina Kirchner optou por não concorrer à presidência. Acusada de irregularidades e atenta ao que aconteceu no Brasil em 2018, Cristina entregou o posto a Fernández, que foi chefe de gabinete de seu marido, Néstor Kirchner, uma decisão que se mostrou acertada. Nas primárias partidárias de 11 de agosto — chamadas de PASO (Primarias Abiertas Simultáneas y Obligatorias) –, consideradas como uma verdadeira prévia das eleições, a Frente de Todos recebeu 47,65% dos votos, contra 31,79% de Macri.
Neste domingo, data em que coincidentemente a morte de Néstor completou nove anos, a expectativa era de que Fernández pudesse até ampliar a vantagem. Os meios de comunicação já davam como favas contadas a vitória do peronista e dedicavam a ele a principal parte da cobertura do dia. Quando as urnas encerraram, às 18h, milhares de pessoas já se encontravam no comitê de campanha da Frente de Todos, localizado no bairro Chacarita, enquanto o clima era de consternação entre os aliados de Macri. Apenas depois das 21h os primeiros resultados oficiais começaram a aparecer, rapidamente confirmando que Fernández estava derrotando o atual presidente, ainda que por uma margem menor do que a das prévias e do que era previsto pelas pesquisas.
A íntegra das informações está disponível no site Sul21.
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