Os mecanismos de escolha dos beneficiários do Bolsa Família devem mudar, de acordo com afirmação de Jair Bolsonaro. Durante participação na conferência nacional da bancada evangélica ele disse que o governo quer aperfeiçoar a triagem de quem recebe o benefício e mudar o nome do programa.
Nas palavras de Bolsonaro “tem gente que não precisa estar no Bolsa Família”. A afirmação segue discurso adotado desde a campanha eleitoral, quando o presidente costumava afirmar que existe fraude de 30% no programa. Bolsonaro nunca explicou de onde tirou esse dado, que é contrariado por uma auditória recente.
Em outubro, o Ministério da Cidadania informou que um cruzamento entre dados do Tribunal de Contas da União e da Controladoria Geral indicou que 5,1 mil pessoas receberam o recurso indevidamente. Esse número representa 0,037% dos mais de 13 milhões de beneficiários.
A ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Tereza Campello, afirma que as pretensões do governo são de enfraquecer o programa e economizar às custas da população mais pobre.
“Ele diz que tem gente demais no Bolsa Família e tem gente que não merece. E que eles vão fazer uma nova triagem. Ou seja, eles vão excluir gente. O que é fazer triagem? Triagem é mudar o conceito, mudar as regras, para enxugar, para diminuir. O governo diz que vai reformar o Bolsa Família. Olha só o que é a reforma que eles agora estão revelando: cortar famílias e mudar o nome. Para que? Para tentar apagar a história.”
Também em outubro, Jair Bolsonaro assinou Medida Provisória para pagamento de 13º aos beneficiários do Bolsa Família. O repasse dos valores está em processo, mas como o orçamento aprovado para 2020 diminui o montante destinado ao programa, não há garantias de que o governo conseguirá manter a parcela extra.
Deixe uma resposta
Want to join the discussion?Feel free to contribute!