O ano de 2019 se encerrou com um total de 116 ataques proferidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra a imprensa. O número equivale a uma média de uma ocorrência a cada três dias no período, ou 9,6 por mês. Organizado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o levantamento foi divulgado nessa quinta-feira (2) e considera tanto ofensas a veículos de comunicação quanto à imprensa em geral, do ponto de vista institucional.
Entre as 116 declarações registradas, houve 105 tentativas de descredibilização da imprensa e 11 ataques a jornalistas. O monitoramento contabiliza exclusivamente pronunciamentos registrados por escrito em canais oficiais do presidente, que são suas contas no Twitter e no Facebook, além do site do Palácio do Planalto, no qual são transcritos entrevistas e discursos do presidente. “A gente tem certeza de que o número de ataques é muito maior, mas, pra ter uma metodologia que o próprio Planalto não possa contestar, utilizamos as [vias] oficiais”, explica Márcio Garoni, da direção da Fenaj.
A federação chama a atenção para o caráter violento de determinados ataques e menciona como exemplo o dia 20 de setembro, quando o presidente fez ofensas de caráter “homofóbico e pessoal” a um repórter depois de ter sido questionado sobre denúncias envolvendo sua família. “Como o governo dele passou a ser observado e criticado por veículos de imprensa, coisa que não se deu durante a campanha, a tática do presidente tem sido atacar os veículos e também os jornalistas, quase sempre de forma aleatória e indiscriminada para desacreditar o trabalho jornalístico”, aponta a presidenta da Fenaj, Maria José Braga, acrescentando que, nesse embalo, Bolsonaro estaria em busca também de potencializar a disseminação dos conteúdos e do discurso produzidos pela sua própria equipe.
A íntegra das informações está disponível no site Brasil de Fato.
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