No último fim de semana, a imprensa voltou a divulgar notícias sobre venda de ativos da Caixa Econômica Federal. Dessa vez, matéria veiculada pelo jornal Folha de São Paulo afirma que abertura de capital de alguns setores do banco deve ser responsável por metade do volume de IPOs (oferta pública inicial) previsto pelo mercado para 2020. Segundo a matéria, a Caixa deve fazer IPO de ao menos três empresas: da Caixa Seguridade, da operação de cartões da estatal e da Caixa Lotéricas. “Como a própria matéria, diz essa venda de ativos, se concretizada, significará a desestatização da empresa. Essa é uma medida que somos contra e por isso temos defendido veemente a Caixa 100% pública, inteira e focada no desenvolvimento econômico e social do País”, diz o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal, Jair Pedro Ferreira.
Segundo o dirigente, as entidades estão mobilizando a sociedade e os trabalhadores para se contrapor à política privatista do governo e da direção do banco. “Com a venda dos ativos vão faltar recursos para fazer programas sociais, fazer empréstimos habitacionais e para Caixa competir no mercado bancário”, argumenta. Jair Ferreira alerta ainda que o enfraquecimento do banco acarretará também fechamento de unidades e demissão de empregados.
Conforme a folha de São Paulo, o plano de desestatização tem por objetivo alavancar recursos para pagar dívida com o Tesouro Nacional. “Não existe dívida da Caixa. Os chamados IHCDs (Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida) são na verdade recursos aportados para fazer políticas públicas”, explica o presidente da Fenae.
Segundo Jair Ferreira, o pagamento do IHCD descapitaliza a Caixa. “No nosso entendimento não tem justificativa de devolução desses recursos. Cada devolução nova da Caixa, ela diminui a sua capacidade de novos empréstimos e esse recurso é da sociedade. A população está precisando de renda, de financiamento a longo prazo. Isso certamente prejudica a população”, afirmou.
Além da Caixa, segundo o jornal, a abertura de capital em 2020 poderá atingir mais sete estatais. “Isso mostra a falta de compromisso desse governo com as empresas públicas e sua importância para o país. Nós já vivemos a ameaça de privatização nos anos 1990 e somente com nossa luta e união foi possível assegurar que muitas estatais não fossem privatizadas. A Fenae se coloca mais uma vez nesse embate, para defender o estado brasileiro forte para todos”, enfatizou Jair Ferreira.
As informações são da assessoria de imprensa da Fenae.
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