A artesã Ana Maria Cardozo dos Santos nunca passou por uma situação tão complicada como a que vive agora. Aos 57 anos de idade, tem dependido da ajuda e doação dos filhos para sobreviver. Moradora de São Leopoldo, está acostumada a expor seu artesanato em feiras pelo Estado, atividade por ora suspensa — e sem previsão de retorno — devido à crise do novo coronavírus. “Onde tem feira, costumo ir, mas agora estou com meu artesanato todo encaixotado”, lamenta. “Não quero que os outros fiquem me dando as coisas, quero trabalhar, trabalhei uma vida inteira”.
Para organizar suas finanças, Ana Maria abriu, em 2019, um CNPJ como microempreendedor individual (MEI). Foi com esse perfil profissional que ela fez o cadastro no aplicativo desenvolvido pelo Governo Federal, ainda no início de abril, para receber o auxílio emergencial de R$ 600 aprovado no Congresso Nacional. Na ocasião, contou com a ajuda da sobrinha para preencher os dados, enquanto a filha fez do seu marido, João Batista dos Santos, de 57 anos.
No dia 23 de abril, a artesã e seu marido receberam a mensagem de que seus cadastros estavam “inconclusivos”. No mesmo dia refizeram o pedido, sem saber, no entanto, qual poderia ter sido o erro. “Não tinha motivo pra ser inconclusivo e (a mensagem) não dizia por quê. Não deram uma razão do porque ser inconclusivo. Seria mais fácil se dissessem, pra arrumar”, reclama Ana Maria.
O pedido dela e do marido para receber o auxílio emergencial está agora em fase de análise. “Emergencial, pra mim, é pra ontem”, afirma a artesã. “O negócio é esperar, mas a gente vai ficando nervoso… não gosto de ficar parada”.
Ana Maria diz que, pra ela, “não tem tempo ruim”, e que já conciliava o trabalho de artesanato com outros serviços, alguns “bicos”, como pintura de casa ou uma instalação de chuveiro. Todavia, neste momento, nem esses serviços têm proporcionado renda. “Agora não aparece nada, o pessoal não chama. E a gente não tem renda nenhuma, se não trabalhar, não tem”.
A íntegra das informações está disponível no site Sul21.
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