Há quase sete anos sem reposição salarial, educadores e educadoras da rede pública estadual do Rio Grande do Sul fizeram uma ação surpresa em frente ao Palácio Piratini, na manhã de quinta-feira (9). O objetivo é tratar da campanha de reposição dos salários. Segundo o CPERS Sindicato, a categoria está há mais de um mês aguardando a mesa de negociação. Após horas de mobilização, o grupo conquistou uma agenda para o dia 17 de setembro.
De acordo com a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, o governador não recebe a categoria e a Secretaria de Educação não dialoga e não está presente no chão da escola. “A Assembleia Legislativa teve que convocar a secretária Raquel Teixeira para a Comissão de Educação, após faltas repetidas em audiências públicas. Não podemos mais esperar. Vamos ficar aqui até que o governo nos receba ou que marque essa nova audiência”, destaca Helenir.
Segundo frisou a dirigente, o governo pagou o piso utilizando o triênio da categoria. “Nosso salário hoje é igual a 2014, temos mais de 46% de perdas salariais. Dia 15 vai para a Assembleia a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e queremos estar contemplados dentro dela. Não aguentamos mais”, enfatiza.
O salário base de um professor no estado gira em torno de R$ 1.300,00. Para os funcionários, por 40 horas, R$ 1.200,00. O salário básico no Rio Grande do Sul é de R$ 1.270,92. “Na pandemia a sociedade aprofundou o debate sobre a importância da educação, mas a valorização do setor não se dá na prática. No RS, professores e funcionários da rede estadual estão há sete anos sem reposição salarial e com ganhos corroídos pela inflação, ao ponto de terem perdido até a metade do poder de compra”, critica Helenir.
De acordo com o sindicato, a situação dos profissionais da educação se agravou durante os anos do governo Eduardo Leite (PSDB). Houve congelamento do auxílio refeição, várias vantagens foram eliminadas, os adicionais foram reduzidos, aposentadas e aposentados foram confiscados e houveram gastos extras com o trabalho remoto.
Durante a manifestação, os representantes destacaram o alto custo de vida, com destaque para os aumentos do gás e da cesta básica. Conforme apontado pelo Diesse, Porto Alegre é a capital com a cesta básica mais cara do país. Após horas de manifestação, foi marcada uma reunião do sindicato com o Grupo de Assessoramento Especial (GAE), com secretários da Educação, Fazenda e Casa Civil, às 14h do dia 17 de setembro, na sede da Secretaria da Fazenda.
A íntegra das informações está disponível no site Brasil de Fato.
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