O governo Eduardo Leite (PSDB) concluiu a venda de mais uma empresa pública gaúcha, nessa sexta-feira (22), com a realização do leilão de privatização da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) na B3, a bolsa de valores de São Paulo. A empresa Compass, do grupo Cosan, arrematou o leilão, sem concorrência, pelo pelo preço mínimo de R$ 927,8 milhões.
Fundada em 1993, a Sulgás é responsável pela comercialização e distribuição de gás natural canalizado no Rio Grande do Sul desde o ano de 2000, com a conclusão do gasoduto Bolívia–Brasil. Atualmente, distribui, em média, 2,27 milhões de metros cúbicos de gás natural diariamente a mais de 68 mil clientes.
Empresa de economia mista até então, tem como acionista o governo estadual, com 51% das ações (parcela vendida), e a Petrobras Gás S.A (Gaspetro), com 49%. A Compass também tem participação na Gaspetro.
A privatização da Sulgás foi autorizada pelos deputados em julho de 2019, junto da aprovação da venda da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e da Companhia Riograndense de Mineração (CRM). Antes disso, os deputados aliados do governo aprovaram uma alteração da Constituição Estadual, acabando com a obrigatoriedade do plebiscito em caso de privatização das três empresas.
A Sulgás lucrou R$ 79,4 milhões em 2020 e ainda investiu R$ 41,5 milhões. É a terceira estatal a ser vendida este ano pelo governo tucano, depois das empresas de distribuição e de transmissão do grupo CEEE, a CEEE-D e a CEEE-T.
Durante o leilão, o governador Eduardo Leite celebrou a entrega da empresa pública à iniciativa privada. “Estou muito feliz de estar aqui na B3 mais uma vez, por avançar na agenda de privatizações e modernização do estado, o que nos enche de confiança no futuro do nosso Rio Grande”, afirmou, ressaltando que pretende vender mais estatais do povo gaúcho.
Crítico à privatização, o deputado estadual Jeferson Fernandes (PT) considerou a venda uma “vergonha nacional”. Em postagem no Twitter, destacou que a Sulgás “é lucrativa, enxuta, moderna e já tem 49% de ações privada. Então, qual o motivo para o Leite vendê-la? Compromisso com as multinacionais e que se dane o futuro do RS”.
A íntegra das informações está disponível no site Brasil de Fato.
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