O presidente da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias – Abraço – secção de Sergipe, Everaldo Carvalho Silva, admitiu nesta terça-feira, 11, que boa parte das mais de 30 emissoras radiofônicas desse segmento vive momentos de dificuldades no Estado. Para Everaldo Carvalho Silva, parte do remédio contra isso deve vir de uma profissionalização maior de cada uma delas. “Hoje, algumas rádios comunitárias de Sergipe estão, sim, passando por dificuldades. Outras, passam por problemas de gestão, e o objetivo da Abraço é trabalhar para melhorar a gestão delas”, reforça Everaldo Carvalho. “Quando eu falo de gestão, estou a dizer que a gente precisa trabalhar com o comércio pequeno que nos valoriza. Aqui em Estância, por exemplo, eu tenho convênio com a Câmara dos Dirigentes Lojistas para fortalecer o comércio pequeno e nos viabilizar também”, diz ele.
Além da Abraço, Everaldo Carvalho também preside a Associação Social Cultural Mar Azul, mantenedora da Rádio Comunitária Mar Azul da cidade de Estância e uma das mais bem-sucedidas do Estado. “Nós temos também comércios grandes que nos apoiam culturalmente, mas precisamos desenvolver as parecerias com as atividades pequenas da economia para favorecer o acesso à informação comunitária”, afirma.
O perfil social das rádios comunitárias, segundo Everaldo, é muito variado. “Tem algumas que são mantidas com aquele espírito da emissora comunitária pobrezinha de tal associação e sabe-se lá mais o quê. A gente precisa mudar essa visão e imprimir uma melhoria na gestão administrativa delas”, defende. “Tem algumas com ligações políticas, outras ligadas às igrejas, e o nosso esforço é o de que todas sejam ligadas a uma visão administrativa de mercado – graças a Deus a Mar Azul tem independência”, reforça ele.
Na estimativa de Everaldo Carvalho, essas emissoras são em bom número no Estado. “Outorgadas, nós temos hoje em Sergipe 42 emissoras de rádio comunitárias. Mas diria que funcionando mesmo devemos ter entre 33 e 34. Mas elas são muito importantes no contexto das comunidades. Elas têm um papel fundamental. Tem locais – cidades e povoados de Sergipe – onde não se tem a entrada das emissoras comerciais”, diz.
Aloísio Andrade, o Prefeitinho, mantenedor da Juventude FM de Lagarto, outra emissora comunitária que se impõe e é bem resolvida, é muito crítico da relação que o poder público estabelece com as emissoras desse segmento. Para Aloísio, os representes das diversas esferas do poder público em Sergipe só querem usá-las e lhes negam o devido apoio cultural que possa lhes assegurar a manutenção saudável, plural e democrática. “No geral, só querem os microfones à disposição deles. Na hora da agonia das comunitárias, nos socorrem com o nada, nada e nada”, afirma Prefeitinho.
As informações são do site JL Política.
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