A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) adiou a oferta de ações que concretizaria sua privatização, prevista para fevereiro. O comunicado foi feito na terça-feira (25) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pelo governo estadual, que não explicou os motivos do adiamento. Segundo o Sindiágua/RS, a decisão deu-se porque a oferta ainda não atende as determinações do CVM e não geraram interesse no mercado. O presidente do sindicato, Arilson Wünsch, falou sobre o adiamento, em entrevista. Para ele, foi uma pequena vitória dos trabalhadores e trabalhadoras e uma derrota para o governador Eduardo Leite (PSDB). “Não vamos nos entregar. Hoje tivemos uma vitória interessante, pois o governo teve uma derrota”, disse. “Peço aos servidores e a sociedade para que sigamos no foco até o dia 31 de dezembro, quando mandaremos o Leite embora e o seu secretário privatista para o Rio de Janeiro, pois ele não é daqui”, completou.
No início de janeiro, o Sindiágua/RS fez uma representação junto à CVM para demonstrar que a Corsan quer vender o que não tem, ou seja, quer alienar contratos de concessão/programa sem a autorização da grande maioria dos municípios atendidos pela Companhia. Isso porque, segundo o sindicato, menos de 25% dos prefeitos assinaram o Aditivo.
Em nota publicada na última sexta-feira (21), o Sindiágua/RS alerta para a não prestação de informações seguras e transparentes para poder abrir o capital da empresa. “A partir da legislação de cada município, foi possível identificar que a assinatura dos Aditivos apresenta diversas ilegalidades e irregularidades, seja pelo documento não ter sido aprovado previamente pela Câmara de Vereadores, seja por autorizar a entrega do serviço público para a iniciativa privada, burlando o princípio da concorrência”, diz o texto, ressaltando que o fato está sendo examinado pelo Tribunal de Contas do RS (TCE-RS), e que ações populares foram ajuizadas.
Na avaliação de Arilson, a luta dos trabalhadores precisa continuar. “Vamos colocar em xeque as assinaturas dos 74 novos contratos de programa com ações no MP, bem como de responsabilidade dos gestores municipais, além de continuarmos alimentando o TCE com argumentos contra a entrega do patrimônio público e, ainda, levando à CVM mais denúncias sobre esse absurdo contra o patrimônio da humanidade, que é a água”, destacou.
A íntegra das informações está disponível no site Brasil de Fato.
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