A partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc) do IBGE, o Laboratório de Desigualdades, Pobreza e Mercado de Trabalho (Data Social) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) desenvolveu um levantamento sobre desigualdade de gênero no Estado. Os dados de 2021 mostram que 31,5% das mulheres ativas no mercado de trabalho tinham Ensino Superior completo, entre os homens o percentual era de 21%. Enquanto 35,2% dos homens havia estudado somente até o Ensino Fundamental, a taxa era de 23,3% entre as mulheres.
Mesmo assim, o rendimento do trabalho entre os homens era 37,2% maior do que entre as mulheres, enquanto elas obtinham uma renda média de R$ 2.380, a deles era de R$ 3.267. Para os homens com Ensino Superior completo, a renda média era de R$ 6.589, entre as mulheres, o número caía para R$ 3.888. As informações dizem respeito à população ocupada com idade entre 25 e 64 anos. Todos os valores de rendimento estão deflacionados para preços médios de 2021.
Apesar de representarem aproximadamente 43,2% da população ocupada do Estado, entre os 10% com maiores rendimentos somente 30% são mulheres. Já entre os 10% de trabalhadores com menores rendimentos, uma maioria de 57,7% são mulheres.
Segundo Izete Bagolin, pesquisadora do PUCRS Data Social, a desigualdade está relacionada a diversos fatores. “Essa predominância de mulheres ocupando cargos de menor remuneração pode estar associada a um conjunto de fatores individuais, familiares e sociais que vão desde a existência de profissões consideradas mais femininas até as barreiras efetivas que as mulheres enfrentam para ascender aos cargos de melhor remuneração”, destaca.
O estudo também considerou fatores como experiência, carga horária, nível educacional, setor, posição na ocupação e local de moradia. Ainda assim, a desvantagem salarial identificada foi de 24%. No Estado, a desigualdade de renda atribuída ao gênero não apresenta sinais de redução ao longo dos anos. Há nove anos, no início da série histórica da PNADc, o percentual era muito parecido, de 24,6%.
As informações são do site Brasil de Fato.
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