O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, advertiu que “o governo quer construir acordos, mas não vai aceitar formas perversas de relação com a classe trabalhadora”. Presente no Rio Grande do Sul para dois dias de reuniões e debates em torno do tema do combate ao trabalho análogo à escravidão, Marinho participou de audiência pública da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa do RS, na noite desta segunda-feira (20).
Segundo o ministro, o governo Lula não deseja adotar uma lógica de penalização e está oferecendo a todos os empreendedores “uma boia” para que consertem suas falhas. Contido, aos que insistirem nas práticas ilegais, o caminho será o rigor da lei e a “lista suja do trabalho escravo”, cuja inscrição afeta, entre outros fatores, o acesso a financiamentos em bancos oficiais.
O encontro, proposto pelo deputado Miguel Rossetto (PT), teve como propósito discutir novas diretrizes para o trabalho no país, em meio ao aumento de casos de trabalhadores resgatados em situação semelhante à escravidão. Para uma plateia formada por sindicalistas, servidores públicos e terceirizados, o ministro fez um discurso realista, alertando que não será fácil realizar as mudanças pleiteadas pelos trabalhadores. “Não basta a vontade política do governo. É preciso que a sociedade queira mudar, criando uma correlação de forças favorável. E para isso a mobilização e a pressão são fundamentais”, frisou. O conselho vale tanto para a erradicação do trabalho escravo e infantil quanto para a alteração da legislação que trata das terceirizações, um dos pontos da pauta do movimento sindical.
Marinho constatou que o golpe contra a presidenta Dilma “destampou a panela do inferno das relações trabalhistas”, o que reduziu direitos e levou ao aumento da utilização do trabalho análogo à escravidão, que havia sofrido redução nos governos do PT. “O trabalho escravo é um tiro no pé da atividade econômica e um tiro no peito do Brasil”, assinalou.
A íntegra das informações está disponível no site Brasil de Fato.
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