Palco de uma das mais violentas ações da Brigada Militar na história recente de Porto Alegre, o histórico prédio na esquina das ruas Andrade Neves e General Câmara, no Centro, terá como destino ser o anexo da Biblioteca Pública do Estado (BPE), que fica na mesma quadra. Abandonado pelo governo estadual desde 2017, o prédio teve a nova função anunciada na última terça-feira (25) pela Secretaria Estadual da Cultura (Sedac), após a realização de uma visita técnica para avaliar as condições do imóvel tombado.
Entre 14 de novembro de 2015 e 14 de junho de 2017, dezenas de famílias moraram no local, batizado de Ocupação Lanceiros Negros. Pessoas que transformaram um espaço vazio em habitação, com um quarto para cada família, cozinha compartilhada, a criação de uma biblioteca e uma creche, agência de empregos e até oficinas. Tudo acabou numa gelada noite de junho, sob ordens do governo de José Ivo Sartori (MDB), que exigiu a reintegração de posse.
Reintegração feita à base de muita bomba de gás lacrimogênio, o destino do prédio vagou pelos escaninhos do poder público com muitas ideias que nunca deram em nada. Dias após o despejo, a ideia era que fosse ocupado pela Defesa Civil e por setores da Casa Civil. Ainda em 2017, os futuros inquilinos mudaram e o local seria então a sede da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). Em setembro de 2018, a Prefeitura de Porto Alegre chegou até a autorizar o início de obras de recuperação do imóvel. Porém, em maio de 2020, a EGR, em vias de ser extinta pelo atual governo do Estado, decidiu abrir mão da reforma nunca iniciada.
A íntegra das informações está disponível no sie Sul21.
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