Mais 710 mil brasileiros perderam a vida durante a pandemia de covid-19, mas a que tipos de sequelas os quase 40 milhões de sobreviventes ao vírus estão submetidos ainda hoje? Para buscar respostas, o Ministério da Saúde em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) iniciou, na segunda-feira (11), a segunda fase da coleta de dados do maior estudo de base populacional sobre a covid-19 no Brasil. A Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de covid-19 no Brasil. O país ainda tem um grande número de casos.
Ao longo de março, serão realizadas visitas domiciliares a 33.250 pessoas que tiveram covid-19 em 133 municípios brasileiros. O objetivo é levantar dados para subsidiar a criação de políticas públicas direcionadas ao tratamento das chamadas condições pós-covid (covid longa), que são as sequelas da doença. O estudo é coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e encomendado à UFPel. “A Epicovid 2.0 faz parte do trabalho de fortalecimento do monitoramento da covid-19, que o Ministério da Saúde vem realizando desde maio de 2023”, explica a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ethel Maciel. De acordo com a secretária, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 20% das pessoas, independentemente da gravidade da doença, desenvolvem condições pós-covid. Neste sentido, segundo ela, é preciso apurar os dados relativos ao Brasil para ampliar serviços, como atendimento neurológico, fisioterapia e assistência em saúde mental.
Ainda segundo a secretária, não existe, até o momento, estimativas internacionais e nacionais que deem elementos sobre qual é o impacto da Covid-19 a longo prazo. “Trata-se de uma doença nova. Ainda estamos aprendendo com esse vírus, e a ‘covid longa’ nos preocupa muito. A partir desse estudo de base populacional, vamos conseguir ter informações, como quantas vezes a pessoa teve a doença e se os sintomas persistem”, explica.
De acordo com o epidemiologista Pedro Hallal, que irá coordenar o estudo, a expectativa é que o período de coleta dos dados dure entre 15 e 20 dias. “O Epicovid 2.0 é uma nova fase do estudo iniciado em 2020. Embora agora não estejamos mais sob uma pandemia grave como tivemos, o vírus continua na sociedade e seus efeitos na vida das pessoas também. Esse agora é o nosso alvo, entender o impacto da doença na vida das pessoas e das famílias brasileiras”, explica.
Durante evento em Brasília, que marcou o anúncio da criação do Memorial da Pandemia, a ministra da Saúde Nísia Trindade ressaltou que embora a covid-19 não seja mais uma emergência sanitária global, a doença ainda não foi superada. “A covid-19 permanece como importante problema de saúde pública, por essa razão várias medidas tem sido adotadas pelo Ministério, pois ela segue uma preocupação”, alerta.
A íntegra das informações está disponível no site Brasil de Fato.
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