A Associação Brasileira de Rádios Comunitárias – Abraço Brasil – vem através desta se manifestar publicamente e, mais do que isso, repudiar com veemência a acusação infundada e leviana feita pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão – Abert – acerca das rádios comunitárias.
Em primeiro lugar, cumpre ressaltar que as rádios comunitárias são instrumentos de comunicação de suma relevância para a democratização da comunicação no país. Tratam-se de veículos que atuam dentro dos marcos legais (Lei 9.612/1998) e cujo papel é fortalecer a diversidade cultural e os saberes tradicionais. O alcance das nossas iniciativas contempla pessoas negras, idosas, mulheres, homens, adolescentes, crianças, LGBTQIA+, com deficiência, povos tradicionais e população de rua.
Em segunda instância, é criminosa, preconceituosa e golpista a intenção da Abert de vincular as rádios comunitárias ao crime organizado para o ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta. Ora, justamente a instituição que deveria levar como seu mais elementar compromisso o combate à desinformação, o faz de maneira vil, rasteira, tal como se estruturam as fake news que inundam o cotidiano dos brasileiros, seja acerca de questões políticas, de saúde pública e, agora, até mesmo em função da guerra que assola o Oriente Médio.
Cabe lembrar que não é de hoje que a Abert age desse modo. Foi, ainda em 1964, uma das protagonistas na narrativização do Golpe Militar. Repetiu o mesmo modelo discursivo em 2016, quando a presidenta Dilma Roussef foi deposta de um cargo para o qual fora eleita democraticamente.
Além disso, chega a ser patética a atitude das lideranças que comandam a Abert junto ao representante da Secom. O governo Lula, e o próprio ministro Pimenta, sempre se posicionaram como defensores da comunicação comunitária. Sabem da relevância que as rádios possuem junto aos seus territórios.
Aliás, é necessário pontuar ainda que todos esses ataques se devem à mobilização que nós, da Abraço Brasil, estamos fazendo em prol da revogação do Decreto 2.615/1998. Desde que intensificamos essa luta, a Abert “abriu” fogo contra o nosso modelo de comunicação. Não querem, na realidade, dividir a verba que é pública e que, legitimamente, as rádios comunitárias têm direito.
Por fim, a Abraço Brasil reitera que exige respeito. Vai tomar todas as medidas cabíveis para que a tal “denúncia” seja apurada. Chega de perseguir rádios comunitárias! Chega de perseguir comunicadores comunitários. Fortalecer a comunicação comunitária é fortalecer a democracia em nosso país.
Geremias dos Santos – Presidente da Abraço Brasil
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