O Festival Cinema Negro em Ação divulgou, na noite de domingo (20/10), os premiados de sua quinta edição. Realizado pela Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), por meio do Instituto Estadual de Cinema (Iecine), o evento trouxe à capital gaúcha filmes, laboratório de consultoria e homenagens a cineastas negros, além das Mostras Especial e Competitiva. O evento ocupou a Casa de Cultura Mario Quintana, localizada no centro de Porto Alegre, de 17 a 20 de outubro.

A Mostra Competitiva trouxe quatro categorias: videoclipes, videoarte, curtas e longas. Toda a programação de filmes concorrentes estará disponível na plataforma Todes Play até quarta-feira (23/10). Ao todo foram exibidas mais de 35 obras audiovisuais de realizadores negros, com quatro longas, 12 curtas, oito videoclipes e quatro videoartes em competição – com sessões esgotadas. Todas as atividades do festival foram gratuitas e abertas ao público em geral.

O filme paulista “Menina Mulher de Pele Preta”, de Renato Cândido de Lima e Bárbara Sabrina Silva Magalhanis, foi escolhido o melhor longa deste ano, além de ganhar no júri popular. “Caluim” (BA), de Marcos Alexandre, “Descarrego” (RJ), de Joana Claude, e “Flor de Mururé” (SP), de Marcos Corrêa e Priscila Cobra, foram escolhidos como melhor curta, videoarte e videoclipe, respectivamente. O curta “Maré Braba” (CE), de Pâmela Peregrino, levou menção honrosa. Novidade nesta edição, o prêmio da crítica será anunciado na próxima semana.

Já na categoria Destaque RS, que premia profissionais gaúchos, o grande vencedor da noite foi o videoclipe “Arquétipo”, de Cocoa Mami, Hustla, Leonardo Talayer e Rafaela Giacomelli, que levou as premiações de direção, intérprete, trilha sonora e direção de arte. Duas produções dirigidas por Luis Ferreirah foram agraciadas: a videoarte “Estrutura Popular Brasileira”, que ganhou roteiro e fotografia, e “Exú Tranca Rua e Seus Caminhos”, premiado com desenho de som.

Para a diretora do Iecine, Sofia Ferreira, o Festival se empenha em trazer um recorte racial amplo e democrático da própria diversidade existente dentro do cinema de realizadores negros: “essas obras retratam o desafio de avançarmos na compreensão da negritude diversa, abrindo-se à infinitude de formas de se representar a população negra, tanto quanto ela é rica, plural e diversa, ‘Brasis’ afora”, explica. “Este ano, buscando representar simbolicamente a conquista e a importância de nossa primeira meia década, celebramos nosso querido Odilon Lopez, que agora dá nome à premiação do evento”, salienta. A partir desta edição, o troféu distribuído aos filmes e homenageados leva o nome do cineasta pioneiro, diretor do longa “Um É Pouco, Dois É Bom”, exibido na mostra especial.

A grande homenageada deste ano foi a roteirista e diretora Renata Martins (“Empoderadas”). As manhãs do evento foram ocupadas com o Sopapo LAB, laboratório inédito voltado a projetos de cineastas negros com consultoria do showrunner e roteirista Marton Olympio (“Anderson Spider Silva”). A atração de abertura, que lotou a Travessa dos Cataventos, foi o show do rapper Zudizilla, grande nome da cena musical gaúcha.

A íntegra das informações está disponível no site da Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul.

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