Com o objetivo de preparar trabalhadores de museus e voluntários para ações de salvaguarda de acervos durante situações de emergência, o Sistema Estadual de Museus (SEM), da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) promoveram treinamentos focados no resgate de bens culturais. Entre os dias 14 e 22 de novembro, ocorreram quatro simulações práticas nos municípios de Porto Alegre, Dona Francisca e Rio Grande. A iniciativa faz parte do programa internacional Fundo de Emergência do Patrimônio e contou com o apoio da Defesa Civil do Estado.
As atividades foram conduzidas pelas especialistas da Unesco Aline Escandil e Isis Fófano. Escandil, museóloga com experiência no resgate de acervos em Montenegro após a enchente de maio deste ano, e Fófano, que participou das operações emergenciais no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) e no Museu Estadual do Carvão, compartilharam experiências. “As simulações permitem uma resposta mais assertiva no momento da emergência, especialmente depois da experiência da última enchente que nos permitiu avaliar as estratégias de ação nesses momentos” afirmou Isis Fófano, que também atua como conservadora-restauradora do Palácio Piratini.
Os treinamentos abordaram desde a gestão de riscos e procedimentos sanitários durante o resgate até o planejamento de evacuação e a análise das condições estruturais dos edifícios atingidos. A coordenadora do SEM, Doris Couto, destacou a importância de práticas adequadas para a preservação do patrimônio cultural. “Na enchente recente, perdemos acervos que poderiam ter sido preservados, pois, em alguns municípios, não contávamos com profissionais qualificados para o resgate,” ressaltou. No total, 60 participantes concluíram o treinamento e passaram a integrar banco de voluntários para atuar em emergências futuras.
O chefe da Divisão de Gestão de Desastres Naturais da Defesa Civil do Estado, Major Felipe Ghidini Stangherlin, enfatizou a necessidade de medidas preventivas antes de qualquer intervenção em áreas alagadas, como a verificação de danos estruturais, o desligamento da energia elétrica e o esvaziamento de reservatórios de água. “O treinamento eleva a percepção de risco dos participantes, ampliando a capacidade de resposta em situações críticas,” explicou o Major. Ele destacou que o conhecimento sobre o momento certo de agir é essencial para garantir a preservação de bens culturais ameaçados por desastres naturais.
As informações são da Secretaria de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul.
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