O ano de 2019 foi marcado pelo acirramento da luta de classes internacional, materializada na repressão às manifestações, ataques à democracia, instabilidade geopolítica e resistência popular. Contra as ofensivas que continuam a ecoar em 2020, a Assembleia Internacional dos Povos (AIP) — uma articulação internacional de movimentos populares, partidos de esquerda e sindicatos — está organizando uma jornada anti-imperialista, que acontecerá entre os dias 25 a 30 de maio em diversos países.

O objetivo é realizar uma semana de mobilização popular por meio de atos, debates e conferências que tenham como eixo a crítica atual do capitalismo, assim como a análise aprofundada de seus atuais mecanismos de exploração e de controle. “Nossa expectativa é justamente conseguir um processo muito amplo que envolva o conjunto dos movimentos populares, sindicais, dos partidos de esquerda, para alavancarmos um processo de mobilização neste momento de ofensiva da direita, tão forte, não só nas Américas como no mundo inteiro”, explica Nalu Faria, coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) e integrante da AIP. 

Ela acrescenta que a crítica permeia não só os países imperialistas, mas os instrumentos utilizados para impor uma agenda de poder, como a atuação de empresas transnacionais, os acordos de livre comércio, assim como a militarização e a criminalização das lutas. 

Faria defende ainda que, mais do que nunca, é preciso lutar contra toda forma de opressão. “O capitalismo está imbricado com o racismo, com o patriarcado, com o colonialismo. Temos que olhar também para as agendas ecologistas, dos direitos humanos, e, claro, que nesse momento, a agenda da democracia, dentro de uma perspectiva de construção de soberania e de poder popular”, diz.

Em resposta a um contexto de avanço do neoliberalismo, Nalu Faria também destaca que a resistência popular irá se intensificar, a exemplo das mobilizações chilenas do ano passado.

A perspectiva é que a jornada aconteça como um momento chave de confluência entre os povos de todos os continentes, mas deve ser precedida por um processo de mobilização e construção de alianças anti-imperialistas constantes, enraizando uma crítica antissistêmica na atuação dos movimentos. 

A íntegra das informações está disponível no site Brasil de Fato.

A jornada de luta anti-imperialista é fruto de encontros internacionais como o realizado em Caracas, na Venezuela, em 2019
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