Em uma atitude que gerou constrangimento e perplexidade na organização do Fórum Econômico Mundial, o presidente Jair Bolsonaro e três ministros faltaram, sem aviso prévio, a uma entrevista coletiva à imprensa internacional organizada pelo evento em Davos. Minutos antes do início da entrevista, havia corre-corre entre funcionários da organização para saber se e quem viria.
Um contato com a imprensa – ora descrito como coletiva, ora como declaração – estava previsto desde a semana passada e foi anunciada hoje como uma das programações mais importantes no “Issue Briefing Room” de Davos. Além de Bolsonaro, três ministros também tinham suas placas de identificação ostentadas na sala: Paulo Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Pessoas que participaram do fórum dizem jamais ter visto uma situação semelhante. “É normal que haja alterações de horário, que um ou outro ministro seja incluído ou excluído na entrevista, mas não sumirem todos”, afirmou um funcionário da organização, com visível consternação.
Cerca de 40 minutos antes do horário marcado (16h na Suíça e 13h no horário de Brasília), a assessoria do Palácio do Planalto mandou uma nova versão da agenda presidencial sem a coletiva. Mesmo assim, a maioria dos funcionários do fórum não sabia de nada. A repórteres que estão no Hotel Seehof, onde Bolsonaro e parte dos auxiliares próximos se hospedam, disse que o cancelamento ocorreu pelo “comportamento antiprofissional da imprensa” ao longo do fórum.
A reportagem apurou que existe, por parte do presidente, temor em relação aos questionamentos da imprensa sobre Flávio Bolsonaro. O senador eleito e filho do presidente teve movimentações financeiras “atípicas” apontadas em relatórios do Coaf, investigados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
As informações são do site Valor.
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