Em assembleia digital do Centro Professores do Estado Rio Grande Sul (Cpers), realizada na tarde de segunda-feira (3), os educadores estaduais decidiram não realizar greve sanitária contra a retomada das aulas presenciais nas escolas estaduais e, em vez disso, continuar a mobilização da categoria pela manutenção do ensino remoto. O encontro discutiu a possibilidade de realização de greve sanitária da categoria como forma de oposição à retomada das aulas presenciais na rede estadual, que foi iniciada nesta segunda-feira pelas escolas de Educação Infantil e o 1º e 2º anos do Ensino Fundamental e prosseguirá com a retomada dos próximos níveis até o dia 13 de maio. As aulas serão realizadas pelo modelo híbrido, com a carga horária dividida entre aulas presenciais e remotas.
Favoráveis à greve sanitária defenderam que esta era a única possibilidade para defender a categoria e, além disso, seria uma mensagem necessária para a sociedade de que o controle da mobilidade ainda é essencial. “A gente não pode retornar para o trabalho presencial nas escolas. A gravidade da situação é muito grande. As pessoas estão sentindo o perigo do vírus. Todas e todos nós conhecemos pessoas que tombaram. Não existe outra possibilidade que não a greve”, defendeu o professor Guilherme Gil.
Já a tese contrária à greve, posição defendida pela direção do sindicato, era de que não havia mobilização da categoria para a paralisação neste momento. “A categoria tem receio. Nós fomos penalizados na última greve, não recebemos ainda os recursos descontados”, disse a presidente do sindicato, Helenir Aguiar Schürer.
Por 73% a 19%, com 8% de abstenções, os participantes da assembleia decidiram pela não realização da greve sanitária. Apesar da decisão, Helenir destacou que a categoria irá defender a manutenção das aulas em ensino remoto e que irá atuar na fiscalização da adequação das escolas aos protocolos sanitários, porque, segundo ela, o sindicato “tem certeza que tem escolas abertas que não deveriam estar”. Além disso, disse que a entidade seguirá mobilizada na defesa da vacinação da categoria e pela entrega de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados.
Além da possibilidade de greve, a categoria decidiu pelo não adiamento das eleições do sindicato. Previstas para acontecer no ano passado, as eleições do Cpers foram adiadas para os dias 26, 27 e 28 de maio, a serem realizadas em formato virtual. Favoráveis ao adiamento defendiam que o momento não era adequado para a realização do pleito e que a categoria deveria estar unida nas mobilizações relacionadas à covid-19. Já os defensores da manutenção da eleição, tese defendida pela gestão atual, argumentaram que a licença sindical dos atuais dirigentes se encerra em junho próximo e que não escolher uma direção iria desorganizar o sindicato. Por 60% dos votos favoráveis a 35% contrários, com 5% de abstenções, a votação foi mantida para o final do mês de maio.
As informações são do site Sul21.
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