“Hoje nós ocupamos esse prédio aqui no Centro, próximo à Universidade Federal do Rio Grande do Sul, porque temos uma demanda muito antiga que é a casa dos estudantes indígenas da UFRGS”, afirma a indígena, do povo Kaingang e também pesquisadora mestranda da universidade Angélica Domingos. A ocupação teve início na tarde deste domingo (6), com indígenas dos povos Kaingang, Xokleng e Guarani que retomaram um prédio da Prefeitura de Porto Alegre, na entrada do Túnel da Conceição, em frente ao Campus Centro da Universidade.
Ao todo, cerca de 50 indígenas reivindicam a construção de uma Casa do Estudante Indígena, demanda antiga dos povos, que nunca foi atendida pela Universidade, apesar da comunidade ter protocolado um pedido formal à entidade. “É uma demanda que surge, principalmente, relacionada às mulheres indígenas mães estudantes. Já viemos há algum tempo tentando um diálogo com a UFRGS e nada foi feito de concreto, de resposta a essa demanda. As mães indígenas não podem ficar com suas crianças na casa do estudante universitário, que é o que eles nos oferecem”, afirma Angélica. Ela pontua que há mais de sete anos os estudantes aguardam retorno sobre a casa de estudante indígena.
Conforme reforça a pesquisadora, muitas mães-estudantes indígenas vêm de aldeias distantes, das aldeias do interior do estado, e não conseguem ficar com seus filhos durante a graduação, o que dificulta a permanência das estudantes na Universidade. “Algumas mães acabam ficando escondidas com as crianças na casa do estudante universitário, um lugar que não aceita a presença de crianças no local”, expõe Angélica, complementando que o referido local não oferece segurança física para as crianças.
A íntegra das informações está disponível no site Brasil de Fato.
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