Na Zona da Mata mineira, em Barra Longa (MG), a estudante universitária Silvana Aparecida da Silva, de 50 anos, vive sem nenhuma renda, aguardando a indenização por conta do crime ambiental de Mariana (MG), ocorrido no dia 5 de novembro de 2015. Mariana fica a 60 km de distância de Barra Longa e o vazamento da barragem da Samarco contaminou com rejeitos da extração de ferro o Rio Doce e o Rio do Carmo, que cruza o centro da cidade. A contaminação espantou parte dos moradores e destruiu a economia local. “Antes da lama, eu sempre gostei de trabalhar por conta própria, trabalhava com bordado, com ponto cruz, com produtos de beleza por catálogo, fazia panos de prato. Com a lama, não consegui mais expor os meus produtos. Todo mundo tem um sonho. O meu era estudar. Eu lutei pelos meus objetivos e com essa renda eu fazia a minha faculdade de pedagogia”, disse.
Atualmente, a estudante não pode pagar as mensalidades com o próprio dinheiro e depende do marido para continuar os estudos. Ela é uma das várias mulheres da bacia do Rio Doce que não tiveram o direito à indenização reconhecido. Em média, Silvana juntava R$ 900 por mês com suas atividades de autônoma.
Segundo Tchena Maso, militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), padrões machistas na liberação das indenizações, além de discriminações por gênero identificadas nos relatos de várias mulheres, serviram de pontos de partida para o Ministério Público Federal (MPF) – em parceria com os Ministérios Públicos de Minas Gerais e Espírito Santo e com as Defensorias desses estados – encomendar o estudo “Mulheres Atingidas na Bacia do Rio Doce”.
Para fazer a análise, a consultoria contratada, Ramboll, utilizou dados dos cadastros, registros da ouvidoria e canais de relacionamentos da Fundação Reniva, empresa criada pela Samaro para realizar as ações de reparação e indenização.
A íntegra das informações está disponível no site Brasil de Fato.
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