A comunidade acadêmica se reuniu na tarde dessa terça-feira (26) para um ato em repúdio ao fechamento de Programas de Pós-Graduação (PPG) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e à demissão de professores vinculados aos programas. Convocada pelo Diretório Central de Estudantes (DCE) da instituição, a manifestação “Luto pela Ciência e pela Pesquisa” aconteceu em frente ao acesso 2 do campus São Leopoldo. No ato, além de representantes discentes e docentes, também estiveram presentes figuras políticas, como as deputadas estadual Luciana Genro e a federal Fernanda Melchionna (PSOL) e representantes de movimentos sociais.

Na sexta-feira, a Unisinos anunciou que encerraria os PPGs dos cursos de Arquitetura, Biologia, Ciências Contábeis, Ciências Sociais, Comunicação, Economia, Enfermagem, Engenharia Mecânica, Geologia, História, Linguística Aplicada e Psicologia, surpreendendo a comunidade acadêmica. Em nota, a universidade justificou que está “adotando algumas ações que envolvem o início do processo de desativação de uma parte de seus programas de pós-graduação” para “promover o equilíbrio financeiro da instituição e sua preparação para crescer de forma sustentável nos próximos anos”.

Marcos Júlio Fuhr, diretor de Políticas Sociais e Serviços do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS), acredita que a universidade deveria ter despendido mais esforços para prevenir a destituição imediata dos programas e que as manifestações da comunidade acadêmica são importantes para a possibilidade de reverter a decisão de fechamento. “Achamos que a universidade agiu de uma forma muito, muito drástica. Entendemos que tenha problemas e dificuldades, a conjuntura é a mais adversa que as universidades privadas comunitárias já enfrentaram, mas no nosso entendimento não foram exercitadas as possibilidades de contenção disso”.

“Esse é um primeiro passo muito importante, a mobilização de vocês demonstra que existe força pra gente barrar esse processo, para que a Reitoria abra um canal de diálogo e volte atrás nessa decisão tão trágica e equivocada”, destacou, durante o ato, Luciana Genro, formada em Direito pela Unisinos.

Para Christian Gonzatti, pesquisador que construiu sua carreira acadêmica na Unisinos e, no final de junho, divulgou o lanmento de seu livro “Pode um LGBTQIA+ Ser Super-Herói no Brasil?” junto ao  grupo de pesquisa Laboratório de Investigação do Ciberacontecimento (LIC) do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da universidade, estar presente no ato foi importante para reafirmar a perspectiva que orienta seu fazer científico. “Educação não é mercadoria, a ciência não deve ser construída orientada ao lucro. O meu entendimento, que vem da minha trajetória, é de que a ciência também é um ato político, ela não tá desvinculada do fazer político e a gente precisa de uma política que seja voltada para a construção de uma sociedade que abrace a ciência”, observou.

As informações são do site Sul21.

 

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